O nome é, só por si, mágico, envolvente e inebriante. Traz com ele um delicioso aroma e uma sonoridade sensorial que bem podia ser o título sedutor de um livro ou de um filme, mas... é simplesmente um símbolo de uma tradição ancestral dentre muitas das existentes na hospitalidade dos beduínos da Arábia.
O café, por terras do Médio Oriente, é mais do que uma simples bebida. Na Jordânia, por exemplo, oferecer um copo de café a alguém e ser aceite significa boa vontade e boas intenções de ambas as partes. Convidados, ou simplesmente qualquer viajante que surja nos seus acampamentos, são acolhidos e protegidos sob as suas tendas pretas de pele de cabra, nas quais são acarinhados com “todo o pouco” que estes povos do deserto têm para oferecer, um código de honra e lema da vida beduína que continuam a seguir desde tempos imemoriais. As mulheres assam o pão sem fermento – que tem forma de pizza espalmada – no sajj, espécie de panela convexa, sob as brasas. O carneiro é cozido num forno improvisado, num buraco feito na areia do deserto que por ali fica durante horas a cozinhar condimentado em diversas especiarias.
Um lugar ideal para desfrutar desta hospitalidade beduína e usufruir desse ritual do café é com a tribo Hweitat, nómadas do deserto de Wadi Rum, um vasto deserto de areias vermelhas e formações rochosas, os imponentes Sete Pilares da Sabedoria que serviriam de inspiração ao título do livro de Lawrence da Arábia, que por ali andou apoiando a luta dos árabes contra o domínio turco, durante a Primeira Guerra Mundial.
A tradicional cerimónia beduína do café envolve o oferecimento por três vezes de copos com esta bebida. Embora seja educado aceitar a primeira, é aceitável rejeitar as outras duas. Se não desejar mais, mexa o copo de um lado para o outro duas ou três vezes com a mão livre parada no colo, no tapete estendido no chão ou nas baixas e típicas mesas destes povos do deserto. Se, por outro lado, quiser mais, basta levantá-lo.
Os beduinos de Wadi Rum bebem o café aromatizado com cardamomo. Aos grãos do café, vindos do Iémen – e moídos na hora de forma artesanal – é acrescentada esta misteriosa especiaria que, segundo dizem, misturada com o café liberta toda a ira que possa existir no nosso corpo.Os beduínos, desde há longos séculos, levam uma existência nómada, espalhando-se desde o Golfo Pérsico ao Oceano Atlântico, e das fronteiras da Turquia ao Iémen. Bedu, palavra árabe de onde deriva o nome Beduíno, é um mero rótulo, que significa “o que vive no deserto”. Encantam-me os beduínos! Gosto da sua cultura, das suas tradições. O nome chega-me carregado de encantamento e magia. Gostaria de me alongar por aqui e contar mais sobre eles, relembrar outras tradições, contar outras histórias, mas deixarei no ar, como que a flutuar com aroma de café quente com cardamomo, até o próximo post !
Você pode apreciar o café dos Beduinos aromatizado com cardamono na cafeteria Mister Blend em Vinhedo venha nos visitar e permita-se este prazer !!!